sexta-feira, junho 22, 2012

Parque prossegue as pesquisas sobre a flora do Vale do Pati


Pesquisadores do PNCD realizam trabalho de campo no Vale do Pati com objetivo de avaliar o impacto do manejo dos recursos naturais pelos moradores tradicionais.
Entre os dias 19 a 21 foi realizada a quarta expedição do projeto intitulado: Levantamentos fitossociológicos, etnobotânicos e de demografia vegetal como subsídios para elaboração de termo de compromisso com o Vale do Pati, PNCD.
O projeto, que está em andamento desde Abril, tem a proposta sistematizar as informações acerca dos recursos naturais utilizados pela população do Vale do Pati. Tais informações deverão subsidiar o manejo dos recursos naturais, tanto da população local, como da gestão do Parque, e visa minimizar os impactos ambientais negativos decorrentes da utilização de recursos naturais.
A Canjerana foi citada, pelos moradores, como a espécie mais utilizada – sua madeira muito resistente, utilizada na reforma das moradias. Foram listadas outras espécies de interesse dos moradores, que estão sendo analisadas e deverão ser alvo da segunda etapa do projeto.
Pretende-se em breve realizar uma reunião com os moradores tradicionais do Vale do Pati para, assim como relatar alguns resultados prévios do trabalho, também tomar conhecimento de outros recursos utilizados por eles.


sexta-feira, junho 08, 2012

Boas Noticias de Felipe

Quarta-feira, dia seis de Junho de 2012, Felipe Webber, técnico em geoprocessamento do PNCD, foi transferido do Hospital Regional de Irecê para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde ficará sobre tratamento médico especializado. No mesmo dia em que foi transferido, foi realizada uma cirurgia. Ontem (07/06/2012) ele foi internado na UTI. A equipe do PNCD e seus amigos estão todos na torcida pela sua recuperação.

terça-feira, junho 05, 2012

Força Felipe!

 Felipe Webber, técnico em geoprocessamento do PNCD sofreu um grave acidente automobilístico, nesse final de semana. Desde então ele se encontra hospitalizado no Hospital Regional de Irecê. Nesse difícil momento de sua vida, toda a equipe do PNCD, deseja a ele e a sua família muita força durante sua recuperação.

              Facebook: http://www.facebook.com/felipe.weber.56

sexta-feira, junho 01, 2012

Os variados nomes dos morros e trilhas do Vale do Pati

No Vale do Pati, alguns, morros e trilhas estão renomeados pelos visitantes. Moradores locais indicam que esse processo ocorreu nos pontos turísticos do Vale do Pati, a exemplo do “Morro do Castelo”, “Ladeira do Império” e na trilha “Quebrabunda”
Os visitantes, ao nomearem os lugares, ignoram os nomes já dados; e assim mais que apenas mudar os nomes eles dão a esses lugares uma significação e identidade estranha aos moradores tradicionais. Segundo a pesquisadora em Comunicação e Semiótica, Adriana Baggio “ao dar nome às coisas, o ser humano se apropria delas. Elas passam a fazer parte da cultura, do cotidiano, das posses das pessoas”.
O Vale do Pati é povoado a mais de um século. Estima-se que, na região, até metade do século XX, chegaram a residir mais de 2.000 habitantes, período em que a principal atividade econômica era a agricultura. Entretanto, desde meados da década de 50 o Vale foi sendo despovoado. Hoje residem na região 13 famílias tradicionais e a principal atividade econômica é o turismo.
A cerca dessa atividade econômica e seus impactos sociais, Karen Vieira e Antônio Marcus, ressaltam que “O turismo, e todas as atividades que o envolve, constitui-se essencialmente pelo deslocamento de pessoas e pelo contato entre elas” e “é inegável as alterações culturais que a atividade turística causa nas comunidades tradicionais”. E uma das alterações indicadas pelos moradores é a renomeação dos lugares. Aos moradores do Vale do Pati existe uma nomeação estrangeira que está se sobrepondo aos nomes dados e familiarizados por eles.
Enquanto os primeiros nomes - apelidados pelos moradores tradicionais, entre a primeira metade do século XX - fazem parte de suas realidades histórico-social; os nomes dados pelos visitantes fazem parte de uma realidade totalmente distinta e distante a eles. Os Morros e trilhas, nomeados pelos visitantes, como: “Morro Castelo”, e as trilhas do “Quebrabunda” e “Ladeira do Império”, são mais conhecidos, respectivamente, entre os moradores tradicionais, por: “Morro das Cabras”, “Ladeira do Arthur” e “Ladeira do Cachoeirão”. Até metade do século XX, no topo do “Morro das Cabras” (Castelo), havia criação de cabras.  A “Ladeira do Arthur” tem o nome do antigo proprietário dos Gerais. Já o “Morro Castelo” (Morro das Cabras) os visitantes, atualmente, assim o chamam porque esse morro visto de um determinado ângulo, o desenho de seu contorno lembra as ruínas de algum castelo medieval europeu.
Sobre o ato de nomear, Thami Amarílis, afirma que “Nomear é um ato de identidade, que promove a identidade”. Os nomes não surgem de uma abstração vazia de signos, eles possuem associações psicológicas com a realidade, quando se nomeia um Morro com o nome de “Morro das Cabras”, existe uma relação intima entre esse nome e os costumes e hábitos locais; quando se altera esse nome para “Morro Castelo”, esse novo nome faz parte e comunica-se com outros costumes e hábitos.
Portanto quando mais os nomes dos lugares do Vale do Pati estiverem associados a uma cultura estrangeira, menos estarão identificadas com os moradores tradicionais, sua cultura e história.




 

Conhecido como "Morro Castelo" pelos visitantes, entre os moradores tradicionais esse morro é chamado por: "Morro das Cabras", porque até meados da década de 1950 - no topo do morro - havia criação de cabra.










  


 A "Ladeiro do Cachoeirão" ou "Ladeira do Império" como é mais conhecida pelos visitantes. É a trilha melhor estruturada do Vale do Pati, e além interliga o "Pati de baixo" ao município de Andaraí, possui um horizonte belíssimo - a foto acima, foi tirada durante essa trilha.