quinta-feira, dezembro 28, 2017

Confira seis dicas de segurança antes de ir para trilha

Foto: Açony Santos


O Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD) é o paraíso do trekking. Ele possui mais de 60 atrativos, como cachoeiras, morros e poços, e mais de 300 km de trilhas que podem ser acessadas por seis municípios. 

As belezas naturais da região atraem milhares de pessoas durante o verão, mas antes de ir para a trilha, é preciso estar atento às questões de segurança. Por isso, a equipe do PNCD preparou essas dicas para que você desfrute das suas férias sem dor de cabeça: 

1) NÃO CORRA RISCOS DESNECESSÁRIOS

Resgates em áreas naturais são complexos, caros e demorados. As trilhas do Parque Nacional possuem condições rústicas e não possuem sinalização, então, saber cuidar de si é essencial.

2) PLANEJE SEU ROTEIRO

Antes de escolher um passeio, informe-se sobre as características do local, como distância, presença de água potável e o grau de esforço físico exigido.

3) NUNCA SAIA SOZINHO

Não há sinal de celular dentro do Parque. Informe no local onde está hospedado qual passeio irá realizar e deixe o contato de algum familiar para ser informado em caso de acidente.
Além disso, se você estiver acompanhado, terá alguém para te prestar socorro caso se machuque, seja picado por um animal peçonhento ou sinta-se mal.

4) NÃO SALTE NOS POÇOS

As águas da Chapada Diamantina são escuras e não é possível visualizar pedras, galhos e troncos. Mesmo que alguém “conheça”, as chuvas alteram o leito dos rios. 

5) SEMPRE USE TÊNIS

Proteja seus pés e suas férias. Para trilhas longas e irregulares, use botas ou tênis de cano alto para evitar torções.

6) CONTRATE UM BOM CONDUTOR DE VISITANTES

Eles são essenciais em trilhas pouco marcadas, longas e com terreno muito acidentado. Em trilhas com maior grau de dificuldade, a presença de um bom guia faz toda a diferença, pois, caso necessário, ele irá prestar os primeiros socorros e acionar um resgate.  Mas antes de fazer a contratação, peça recomendação sobre o seu trabalho.

Além disso, existem outras vantagens de se contratar um condutor de visitantes. Para quem possui pouca experiência em ambientes naturais, por exemplo, o condutor irá facilitar a sua experiência na natureza. Ele pode proporcionar também a prática de atividades como escalada e observação de aves para quem nunca fez isso antes.

Sem falar que ele pode enriquecer a viagem com informações sobre a geologia, botânica e história da região. Além de orientar na escolha dos melhores passeios e prestar o apoio necessário a grupos com crianças, idosos ou pessoas portadoras de necessidades especiais.

Serviço: 

Em caso de emergência, ligue: +55 (75) 3625-8836 (Corpo de Bombeiros)

terça-feira, dezembro 26, 2017

Travessia do Pati terá monitoramento durante recesso de fim de ano

A ação visa orientar os visitantes sobre as principais condutas de mínimo impacto que devem ser adotadas dentro do Parque Nacional 




O ICMBio começa amanhã (27) campanha de conscientização e monitoramento da visitação no Vale do Pati durante o feriadão de réveillon, que ocorrerá até o dia 03 de janeiro. O objetivo principal da ação é orientar os visitantes sobre as condutas de mínimo impacto dentro do Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD) e contabilizar o fluxo turístico neste período.

O monitoramento será realizado nas entradas de Guiné e Andaraí e em diversos trechos da trilha. Para dar apoio à sensibilização, os brigadistas do ICMBio também irão realizar a instalação de placas informativas. 

A travessia do Vale do Pati é um dos trekkings mais procurados do Brasil e está localizada no coração do Parque Nacional, portanto, alguns cuidados simples são imprescindíveis para evitar a degradação de algumas áreas, como não fazer fogueiras e levar o lixo de volta.

“O leito dos rios são áreas delicadas e precisam de uma atenção especial, por isso, vamos informar como realizar o procedimento adequado para ‘ir ao banheiro’ e qual o local correto de acampamento”, destaca Marcela de Marins, analista ambiental do ICMBio.   

É permitido acampar apenas nas áreas de camping junto às casas dos nativos, pois se trata de uma estrutura menos impactante do ponto de vista ambiental: “Os acampamentos localizados na beira de rios acabam gerando contaminação das águas por não possuírem banheiros. Além disso, infelizmente, muitos campistas deixam seu lixo nestes locais”, completa Marcela.   

A primeira edição da campanha ocorreu ano passado e devido ao seu sucesso, este ano foi ampliada. Durante o monitoramento, também será realizada uma pesquisa para conhecer melhor o perfil do turista que procura a região, saber qual foi o roteiro por ele escolhido e qual a sua satisfação em relação ao passeio.  As informações irão contribuir para nortear novas ações da gestão.

Outra novidade deste ano é a parceria com a Prefeitura Municipal de Andaraí, que disponibilizou a equipe responsável pelo monitoramento da entrada do município. 

Se você vai para a trilha, tome nota dessas dicas:

Não faça fogueiras: Fogueiras são prejudiciais à natureza e proibidas em todo Parque Nacional. Utilize um fogareiro para cozinhar.   
                     
 Leve seu lixo de volta: o lixo não volta sozinho! Carregue seu lixo com você até encontrar uma lixeira fora do Parque Nacional. 
                 
 Para ir ao banheiro: evacue a pelo menos 60 metros de qualquer fonte de água e trilhas. Enterre o papel higiênico junto com as fezes.   
 
Acampamentos: Utilize os acampamentos da Igrejinha, Escolinha, Prefeitura e proximidades das casas dos moradores. Evite acampar na beira de rios, cavernas ou criar novos acampamentos. 

segunda-feira, dezembro 18, 2017

Conselho aprova portaria para credenciamento de condutores

Debatido amplamente desde 2013, documento segue agora para a aprovação do ICMBio de Brasília 



O Conselho Consultivo do Parque Nacional da Chapada Diamantina (Conparna-CD) aprovou, por unanimidade, a minuta da portaria que define as normas para o credenciamento dos condutores de visitantes que atuam dentro do Parque Nacional, em sua última reunião do ano, no dia 1º de dezembro, em Ibicoara. 

As normas do credenciamento foram construídas pelo Grupo Temático de Visitação do Conparna-CD de forma participativa, por meio de diversas consultas públicas realizadas aos condutores de visitantes nos municípios do entorno do Parque Nacional. 

Agora, a proposta será encaminhada para o setor jurídico do ICMBio, em Brasília, para aprovação e publicação no Diário Oficial da União. “Espera-se que o processo de credenciamento tenha início no segundo semestre de 2018”, afirma Marcela de Marins, analista ambiental do ICMBio. 

A proposta estabelece, entre outros itens, quais são os requisitos que os condutores devem possuir para solicitar o credenciamento, os mecanismos de avaliação de suas competências e as contrapartidas que serão realizadas para o Parque Nacional.

A medida visa incentivar a qualificação e a formalização da atividade oferecida dentro da Unidade de Conservação.

quinta-feira, dezembro 14, 2017

Conselho realiza última reunião do ano em comunidade de Ibicoara

Possível acordo de boa convivência entre moradores do Baixão e ICMBio foi tema central do debate 


O Conselho Consultivo do Parque Nacional da Chapada Diamantina (Conparna-CD) realizou, no dia 1º de dezembro, a 61ª reunião ordinária na comunidade do Baixão, em Ibicoara, que contou com a participação de conselheiros e moradores. A escolha do local se deu para aproximar o diálogo com as comunidades residentes do Parque, uma das metas do conselho para este ano. 

Entre os destaques da reunião estiveram: apresentação das ações realizadas pela gestão desde o último encontro; a aprovação da minuta da portaria de credenciamento dos condutores de visitantes que atuam dentro do Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD) e a problemática enfrentada pela comunidade do Baixão por estar localizada dentro da área da Unidade de Conservação (UC). 

De acordo com a chefe do PNCD, Soraya Martins, “a forma como ocorreu o processo de criação do Parque Nacional, em 1985, acabou incluindo muitas comunidades de agricultura familiar na sua área, o que ocasionou conflitos que são sentidos até os dias de hoje”.

O Baixão está localizado no extremo sul do PNCD e é constituído por cerca de 45 famílias. A maioria desenvolve a agricultura familiar de subsistência. Por isso, representantes da Associação de Moradores do Baixão – Ambai, manifestaram na reunião o anseio de permanecer em suas terras, garantindo seu modo de vida e o direito do uso do seu território, apresentando como solução a desafetação da área, o que significa alterar os limites do Parque para que a comunidade passe, então, a ficar fora do PNCD.

“Porém, essa não é uma alternativa simples, pois apenas o congresso nacional pode desafetar uma unidade de conservação federal”, explica Soraya. 
     


Outras opções para sanar o conflito foram apresentadas, como a construção de um Termo de Compromisso, que visa compatibilizar o modo de vida tradicional com a conservação da biodiversidade. Alternativa que já está sendo trabalhada em parceria com outras comunidas residentes, como a do Vale do Pati e da Fazenda Velha. Segundo a chefe do parque, este não é um debate novo. Em todo o mundo se discute como compatibilizar os direitos ambientais e os direitos humanos.

“Quando se trata de parques nacionais, a legislação brasileira estabelece que neles não deverão viver populações humanas. Por isso, o ICMBio vem tentando estabelecer acordos que minimizem os danos ambientais e garantam a dignidade das famílias que estavam ali antes da criação do parque.”

Para o morador Pedro Silva, de 61 anos, que nasceu e se criou no local, “o que precisamos é conhecer nossos direitos e deveres para podermos tocar as nossas roças”, destaca. Por isso, “a atual gestão tem se esforçado para compreender as necessidades dos moradores e, assim, acordar alguns termos de boa convivência, até que a solução definitiva ocorra,”, afirma Soraya. 

Para a moradora e guia de turismo, Neilsa Xavier, a reunião foi de extrema importância, pois “muitas dúvidas sobre as regras do Parque Nacional começaram a ser esclarecidas”.

O conselheiro e morador, Joel Pereira, destaca o desejo de continuidade do diálogo entre a comunidade e o ICMBio e, como resultado, encontrar maneiras de conciliação dos interesses, como “o direito das pessoas continuarem trabalhando na terra e, ao mesmo tempo, respeitando o meio ambiente”.
 
Para aprofundar o diálogo e dar início ao possível acordo, foi agendada uma nova reunião no local, que ocorrerá no dia 24 de fevereiro. A próxima reunião ordinária do Conparna-CD ocorrerá no município de Lençóis, no dia 01 de março. 

terça-feira, dezembro 12, 2017

ICMBio realiza curso de manutenção de trilhas em Mucugê

A ação visa atender a solicitação de guias e brigadistas de melhorar as trilhas do município, seguindo os parâmetros do Parque Nacional 



O Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD) realizou os primeiros encontros da capacitação “Planejamento e Manutenção de Trilhas”, em Mucugê, na última quinzena.  A ação surgiu para atender a demanda da Associação Marchas e Combates de realizar a manutenção das trilhas no município.

Para isso, foi desenvolvido um curso contendo os conceitos e princípios adotados pelo ICMBio nesses casos. A carga horária foi iniciada de forma teórica, momento no qual foram abordados os objetivos da visitação em uma Unidade de Conservação, contextualizando a trilha como equipamento prioritário pelo qual o turista conhece o Parque Nacional.

“Trabalhamos a partir do conceito de trilha sustentável, que possui três dimensões essenciais: ambiental, gerencial e experiencial”, explica Pablo Casella, analista ambiental do ICMBio. A primeira dimensão se refere aos aspectos físicos e ambientais da trilha e que devem ser evitados, como perda de solo, assoreamento, encharcamento e a exposição de raízes. A dimensão gerencial está relacionada à eficácia no emprego de recursos, como a mão de obra, o tempo e o dinheiro necessários à realização de um trabalho, ou seja, deve-se optar sempre pela solução mais duradoura possível para evitar ao máximo que haja um novo trabalho de manutenção no local. E, por fim, as intervenções devem sempre levar em consideração a experiência do turista, contribuindo para que a visita se torne ainda mais agradável.             

Para o presidente da associação, José Antônio de Jesus, o conteúdo proporcionou uma nova forma de enxergar o ambiente, já tão conhecido por ele. “Agora olhamos para uma trilha, ou para um paredão, e vemos também uma série de informações contidas ali”, destaca. 

A capacitação terá a duração total de três dias. “Nas próximas etapas, iremos estudar os conceitos de trilha, quais os parâmetros de construção e partir para a atividade em campo, quando vamos falar sobre como abri-las, realizar a manutenção e como adequar as já existentes”, explica Casella. O próximo e último encontro ocorrerá no dia 20 de dezembro.   

Voluntariado  


A solicitação da Associação Marchas e Combates surgiu a partir da vontade de se realizar ações para congregar os associados e manter vivo o trabalho em prol do meio ambiente. “Nós já possuímos o hábito de trabalhar conjuntamente durante os períodos de incêndio, portanto, entendemos que era possível expandir nossas atividades para além desses períodos. Por isso, procuramos o Parque Nacional para indicar ações que poderíamos colaborar”, afirma José Antônio.

“Além disso, quando nos capacitamos, ampliamos o nosso conhecimento técnico e contribuímos diretamente para o desenvolvimento do turismo, o que também está entre os nossos objetivos”, completa.
   
“A gestão do PNCD apoia e é entusiasta de iniciativas como essa. Por isso, estamos planejando realizar a capacitação nos demais municípios do entorno do Parque Nacional para brigadas, associações e demais pessoas interessadas”, afirma Casella.