Os incêndios florestais podem ser divididos em duas origens: naturais ou antrópicas (causados pelo ser humano). Na região do Parque Nacional da Chapada Diamantina considera-se que a única causa natural de incêndio florestal são os relâmpagos. Todas as demais origens de incêndios têm como causa uma ação humana.
Os incêndios que são causados por relâmpagos só ocorrem em situação climática muito específica e rara, quando há formação de nuvens, relâmpagos e a vegetação encontra-se seca o suficiente para que o fogo se propague. Em geral, mesmo quando um incêndio causado por relâmpago ocorre, sua extensão é modesta, haja vista que normalmente ocorrem chuvas na seqüência ou porque a umidade do solo e do ar são inibidoras da propagação do fogo.
Os incêndios causados por ações humanas têm inúmeras motivações. Algumas delas acidentais, outras intencionais. Ou seja, a pessoa que causou o incêndio pode ter tido essa intenção deliberadamente, ou esse acontecimento pode ter sido acidental. A título de exemplo, um agricultor que deseja fazer um fogo de coivara (para queimar restos vegetais em uma área para implantar uma roça) não pretende, necessariamente, que o fogo se alastre para fora da área da roça.
Por outro lado, há aqueles que iniciam um incêndio florestal cientes do mal que estão causando. Genericamente, essa motivação é chamada de litigiosa. No entanto, não importa se um incêndio é causado acidental ou intencionalmente, em ambos os casos será considerado um crime ambiental e, conseqüentemente, seu responsável pode receber as sanções previstas pela legislação.
Ocorre que identificar o responsável por um incêndio florestal é tarefas das mais difíceis. Não bastaria realizar a perícia que apontaria o local de origem do incêndio, pois esse é apenas o primeiro de uma grande série de passos. Identificado o local e, eventualmente, até o artefato que fora utilizado para iniciar o incêndio, ainda assim estas descobertas não conduzem, necessariamente, ao autor desse crime.
Muitas vezes ouve-se dizer que se um incendiário fosse identificado e devidamente punido, este crime diminuiria na Chapada. Contudo, nos últimos nove anos, já foram identificados e punidos cerca de cinco incendiários e, infelizmente, não foi perceptível qualquer diminuição de incêndios relacionados a isso.