sexta-feira, setembro 27, 2019

Brigadistas da Chapada Diamantina combatem incêndios na Amazônia e Chapada dos Guimarães

Foram 35 dias de combate entre os parques nacionais da Chapada dos Guimarães e dos Campos Amazônicos com a participação de brigadistas contratados e voluntários   

PNCD participou da operação GLO (Garantia da Lei e da Ordem), que reuniu Forças Armadas, agências federais e efetivos estaduais no combate a focos de incêndio na Amazônia Legal

Brigadistas do Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD) e voluntários atuaram em combates a incêndios florestais em Rondônia e na Chapada dos Guimarães, entre os meses de agosto a setembro, período em que grandes focos acometeram a região norte do país ganhando ampla repercussão na mídia nacional e internacional.

O governo federal deflagrou uma operação de combate com a integração das Forças Armadas, ICMBio, IBAMA, Corpo de Bombeiros e polícia ambiental, recrutando brigadas de todo país para atuar na região.

Brigadistas da Chapada Diamantina enfrentaram
condições mais severas do fogo e do clima.  
O PNCD enviou uma equipe de sete brigadistas contratados, dois voluntários e o gerente do fogo, Luiz Coslope, que se deslocaram primeiro para o Mato Grosso e depois para o Parque Nacional Campos Amazônicos, em Rondônia – estado que registrou um aumento de 370% nos incêndios florestais comparados ao mesmo período do ano passado.

Apesar de não haver o mesmo destaque nos jornais, a situação no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, também era crítica. Segundo o gerente do fogo, “em apenas cinco horas, uma linha fogo de 10 km chegava a se formar, algo atípico”.   

Mesmo assim, os brigadistas conseguiram debelar o fogo, que consumiu cinco mil hectares da unidade de conservação. A equipe também combateu outro grande foco na borda do parque, que chegou a atingir casas e 30 mil hectares de floresta. “Mas conseguimos evitar que entrasse no parque”, conta Coslope. 

Já em Rondônia, em apenas uma noite, foram debelados 12 km de linha de fogo pela equipe da Chapada Diamantina que só deixou o local com o fogo extinto. “Este era nosso objetivo, finalizar o trabalho quando tudo realmente estivesse apagado”, conta Lucas Almeida, brigadista do ICMBio.
“A experiência da equipe da Chapada Diamantina contribuiu para o resultado, já que estão acostumados a combater em locais de difícil acesso, que exigem horas de caminhadas e pernoites no campo”, destaca Coslope.

Para Lucas, uma das recompensas pela viagem de milhares de quilômetros via terrestre foi salvar diversos animais e plantas, “vimos muitos pássaros, antas e lobos conseguirem fugir enquanto contínhamos o avanço das chamas”. 


Intercâmbio e aperfeiçoamento 



Brigada do Parque Nacional atuou por duas vezes, na mesma
 temporada, no combate
aos incêndios da Chapada dos Guimarães 

Atuar em outros estados do país, com vegetação e clima diferentes, fez os brigadistas da Chapada Diamantina enfrentarem chamas mais intensas e temperaturas mais elevadas do que de costume, “em torno de 40 graus pela manhã”, conta o brigadista Paulo Roberto Júnior.

As condições mais severas contribuíram para o aperfeiçoamento de técnicas de combate. Um dos principais motivos que levou o brigadista José dos Anjos a passar, voluntariamente, mais de um mês fora de casa.

“Eu fui, principalmente, para ganhar experiência”, conta José. “Na Chapada dos Guimarães, por exemplo, é preciso ter ainda mais cautela, pois a chance de reignição é muito alta, colocando o brigadista em risco”.

Para Lucas, “o contato com outras brigadas do país permitiu conhecer diferentes formas de trabalhar”. “A maioria delas atuam com técnicas de combate indireto, como a confecção de aceiros e a utilização do contra-fogo, enquanto nós atuamos mais no combate direto, com a utilização de abafadores, bombas costais e sopradores”. 

A brigada do PNCD já foi recrutada anteriormente para atuar em outras unidades de conservação, como o Parque Nacional Boqueirão da Onça, Refúgio da Vida Silvestre do Oeste Baiano, na Bahia, e na Reserva Biológica da Mata Escura, em Minas Gerais.

segunda-feira, setembro 09, 2019

Conselho debate ações preparatórias para temporada de incêndios

ICMBio, em parceria com o IBAMA, realiza operação de notificação preventiva em propriedades rurais no entorno do Parque Nacional da Chapada Diamantina 

A conselheira, Maria Gagnon, fala da importância de pensar em medidas para prevenir incêndios em áreas reincidentes, como a BR-242 


Foi realizada em Lençóis, no dia 30 de agosto, a 68ª reunião ordinária do Conselho Consultivo do Parque Nacional da Chapada Diamantina (Conparna-CD). O principal ponto de pauta foi a apresentação das ações preparatórias para a próxima temporada de incêndios, que vai de agosto a janeiro.

No mês de agosto, o ICMBio, junto ao IBAMA, realizou a operação Apoena com o intuito de orientar e notificar de forma preventiva proprietários rurais vizinhos ao Parque Nacional com alto índice de incêndios florestais.

Secretário de Meio Ambiente de Mucugê, Euvaldo Ribeiro,
apresenta as medidas preparatórias do município. 
A chefe do Parque Nacional, Marcela de Marins, também apresentou os aceiros negros realizados no Gerais do Vieira e Rio Preto, em junho deste ano. A ação foi bem recebida pelos conselheiros que solicitaram a confecção de aceiros negros também nos municípios do entorno do Parque Nacional, principalmente em regiões com eventos recorrentes, como a da BR-242. 

“O apoio dos conselheiros aos aceiros negros é fundamental, pois são ferramentas de prevenção e combate com grande potencial para a proteção de áreas estratégicas, como nascentes”, destaca Marcela. “O objetivo é criar uma rede de aceiros interligados para diminuir a ocorrência e a extensão dos incêndios no final da estação seca, facilitando o seu monitoramento e controle”, completa.   

Além dessas ações, o ICMBio destacou a contratação de 42 brigadistas que irão atuar durante toda a temporada de 2019/2020 no monitoramento em mirantes, rondas e combates.

Estado e municípios   


Representantes do Inema e da Defesa Civil falaram sobre
as ações do Estado na Chapada Diamantina.   
Na ocasião, representantes do Governo do Estado e dos municípios também foram convidados para apresentar suas ações preparatórias. A coordenadora Regional do Inema, Simone Sodré, destacou as ações do estado durante os anos de 2013 a 2019 e afirmou que neste ano, até o final de setembro, o órgão está realizando capacitações e a entrega de equipamentos de combate e EPIs para brigadistas voluntários de 15 municípios da Chapada Diamantina.

De acordo com o Secretário de Meio Ambiente de Mucugê, Euvaldo Ribeiro, “a prefeitura está estreitando a relação com e entre as brigadas para unir forças durantes os combates e, também, contratou dois observadores para realizar monitoramento nos dias mais críticos”. 

Além disso, foram disponibilizadas por empresas agrícolas aos moradores das comunidades rurais de São Pedro e Libânio, Costela e Fazenda Nova, áreas de pastagem para os seus animais nos períodos de estiagem e, assim, evitar com que sejam levados para pastar nas áreas do Parque Nacional.
A prefeitura de Andaraí, segundo Emílio Tapioca, secretário de Turismo e Meio Ambiente, está disponibilizando às brigadas voluntárias uma moto para monitoramento, veículos e alimentação para combate, além da locação de um imóvel para o alojamento de bombeiros civis e da CIFA (Combatentes a Incêndios Florestais de Andaraí).   

Plano de ação 


Conselheiros elegem temas prioritários para as ações do Conparna. 


Durante a reunião, também foi debatido o Plano de Ação do Conselho Consultivo para o biênio 2019/2021 e elencado os seus temas prioritários, que foram divididos em quatro eixos: fortalecimento das comunidades e educação ambiental; prevenção aos incêndios; pesquisas socioambientais e controle do fluxo de visitantes.

A partir disso, foram criados grupos de trabalho que irão atuar na elaboração de propostas para cada tema que serão apresentadas na próxima reunião, no dia 06 de dezembro, em Mucugê.