Representantes de brigadas voluntárias discutem estratégias para a temporada de incêndios |
Mais de 350 pessoas estão
diretamente envolvidas nas ações de prevenção e combate a incêndios na região
do Parque Nacional da Chapada Diamantina em 2016. “Só de brigadistas
voluntários, mapeamos mais 200 combatentes preparados na região”, informa Pablo
Casella, analista ambiental do Parque Nacional. O levantamento é um dos
resultados da reunião de elaboração do Plano
de Monitoramento e Combate aos Incêndios no Parque Nacional da Chapada
Diamantina, que aconteceu nesta terça-feira (23), em Palmeiras.
O evento reuniu cerca de 30
representantes de entidades governamentais e da sociedade civil, que definiram
as estratégias, prioridades e procedimentos para o combate a incêndios no
Parque Nacional da Chapada Diamantina e entorno. A preparação para a nova temporada
de estiagens identificou no Parque Nacional 20 áreas críticas com risco de
incêndios, definiu a instalação e funcionamento de 05 mirantes e mapeou os equipamentos
e recursos disponíveis em situações de emergência.
Para Soraya Martins, gestora do
Parque, o evento serviu para fazer um planejamento coeso e de fácil execução. “Os
combates aos incêndios no Parque Nacional geralmente envolvem diversas
instituições. É muito importante sermos pé-no-chão, conhecermos os recursos que
se encontram disponíveis neste momento e definirmos as funções de cada organização
em situações de emergência”, assegura a gestora. O INEMA, por exemplo, está
disponibilizando 08 fiscais, 04 deles peritos, para intensificar as ações de
fiscalização nas zonas de maior perigo. “A ideia é inibir as práticas de fogo
na agricultura, e fazer várias atividades de educação ambiental nas escolas locais
para mobilizar as comunidades”, afirma Simone Alcântara, representante do órgão
estadual.
Brigadas e Prefeituras comprometidas
A grande novidade foi a
organização das diferentes instituições segundo o método Sistema de Comando de
Incidentes (SCI). Para Ana Maria Canut, do PrevFogo/IBAMA, a definição de um
comando composto por integrantes das entidades que atuam em um incêndio e dos
procedimentos básicos a serem seguidos pelos grupos em uma situação crítica
significa uma mudança de cultura. Joás Brandão, do Grupo Ambientalista de
Palmeiras (GAP), concorda: “Antes o fogo chegava e não tinha comunicação.
Ninguém sabia o que o outro estava fazendo e isto dificultava o trabalho de
todo mundo”.
Considerando a necessidade de
maior articulação inter-institucional, os participantes reclamaram da ausência
do Corpo de Bombeiros, que já havia confirmado presença. Rogério Mucugê, da
Conservação Internacional, lamenta a ausência do órgão. “Sentimos falta da
representação do Corpo de Bombeiros. Eles são fundamentais em qualquer ação de
planejamento e combate ao fogo e devem estar integrados nessa estratégia que
definimos aqui”, completa.
O evento terminou em clima de integração
e otimismo. Segundo Soraya Martins, “todos que participaram do evento
expressaram, de alguma forma, seu engajamento na defesa desse patrimônio
ambiental inestimável que é a Chapada Diamantina!”
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