segunda-feira, junho 27, 2011

Preservação da Mata Atlantica


A recente atualização do "Atlas dos Remanescentes Florestais e Ecossistemas Associados da Mata Atlântica. Período 2008-2010", publicado, em 2011, pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), é destinado à determinar a distribuição espacial dos remanescentes florestais e ecossistemas associados da Mata Atlântica.
Apesar deste bioma ser caracteristicamente litorâneo há presença dele na Chapada da Diamantina, assim como em outras regiões do interior do Brasil. Por se tratar de uma atualização, os atuais dados serviram de base para a identificação de alterações florestais (remanescentes florestais, de mangue e de restinga) que já haviam sido identificados na versão anterior do Atlas.
Infelizmente esse relatório acusou que, na Bahia, dentre os 417 municípios do estado, Andaraí é o que mais desflorestou esse Bioma. Além de Andaraí, outros municípios em que o Parque Nacional também está inserido encontram-se entre os que mais desflorestaram a Mata Atlântica do estado da Bahia. A tabela abaixo demonstra a situação de cada um desses municípios:

Município
Área lei Mata atlântica
% Município mata atlântica
Floresta 2010 (Mata, Mangue e restinga)
Decremento
1
Andaraí
1.941
100
26.904
634
15
Mucugê
2.664
43
4.910
133
16
Lençois
1.269
100
9.790
130
19
Itaete
3.274
100
16.467
124
50
Ibicoara
805
67
5.466
37
232
Palmeiras
695
32
1.238
0

Por causa do desmatamento, em todo território nacional, a Mata Atlantica encontra-se extremamente reduzida e fragmentada, sendo que atualmente existe menos de 10% da mata nativa distribuida em mais de 232.000 fragmentos florestais, onde apenas 18.397 são maiores que 1 km² (100 hectares).
Confinada em pequenas areas florestais, a fauna e flora desse ecossistema sofre, além do “efeito de borda”, mudanças no microclima, modificações das relações ecologicas entre as especies e diminuição da biodiversidade, comprometendo a capacidade de regeneração natural e a sustentabilidade das florestas.
Uma das soluções desse isolamentos das “ilhas” de Mata Atlantica seria os corredores ecologicos que ligariam os fragmentos, permitindo uma provavel via de transito para os animais. As APP de beiras de rio seriam um importante corredor ecologico na Chapada da Diamantina, mas infelizmente também essas são constantemente degradas.
Por meio das inovações tecnologicas, desde 1990 (quando se iniciou o mapemanento desse bioma) a escala dos mapas está diminuindo, ou seja: os detalhes estão ficando mais nítidos e, dessa forma, tem sido possivel analisar o estado de conservação da mata atlântica em âmbito municipal. O recente relatõrio apresentado pela fundação SOS Mata Atlantica e pelo INPE não traz boas notícias.
Como em quase todas as questões ambientais, cabe à toda sociedade – governos, indivíduos e empresas – as ações para se reverter a agonia que passa a mata atlântica.


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