Café da manhã tradicional servido no Assentamento Rosely Nunes. Foto: Sirlene de Souza |
A Chapada Diamantina acaba de ganhar seis novos roteiros de base comunitária, que passaram a ser comercializados nesta quinta-feira (24). “Em Cantos da Chapada Diamantina” é uma proposta que visa adicionar experiências autênticas ao turismo de natureza através do dia a dia das pessoas que moram e guardam o patrimônio ambiental, contribuindo para o seu desenvolvimento e renda.
Almoço caseiro sabor culinária sertaneja. Foto: Tulio Saraiva |
Os roteiros também incluem atrativos que estão fora do circuito comercial, o que agrada o visitante que prefere um pouco mais de exclusividade. É possível, por exemplo, conhecer a fabricação artesanal de rapadura e o modo secular de se fazer a farinha de mandioca herdada dos índios. Em algumas opções também está incluso o “colha e pague” em plantações agroecológicas, onde o visitante sai com a sacola cheia de frutas, legumes e verduras fresquinhas.
Segundo Jôse Moreira Souza, moradora e uma das responsáveis pela organização dos roteiros, a
viagem aos rincões de Itaetê é ideal para quem aprecia a diversidade: “Esse é o nosso encanto”, ressalta. “O nosso principal atrativo é o jeito simples de viver e conviver coletivamente, respeitando a cultura de raiz e a natureza”.
Cachoeira Encantada - Parque Nacional da Chapada Diamantina Foto: Alex Uchoa - Guia Chapada Diamantina |
“Conhecer de perto a história de pessoas que se mobilizaram e lutaram, de forma pacífica, para garantir seu direito constitucional de viver e trabalhar da terra torna o roteiro ainda mais rico, pois contribui para dirimir estereótipos e preservar a memória local, objetivos do turismo de base comunitária”, afirma Marcela de Marins, analista ambiental do Instituto Chico Mendes (ICMBio), órgão gestor do Parque Nacional que apoiou a iniciativa.
Turismo de Base Comunitária
Licuri, palmeira nativa do nordeste que produz estes coquinhos. Foto: Rogério Mucugê |
Além do valor intangível, este tipo de turismo, realizado de forma coletiva e protagonizado pela comunidade, está sendo reconhecido como uma forma importante de turismo sustentável para universidades, organizações não governamentais e órgãos federais.
O que conhecer
Visita ao Assentamento Europa. Foto: Tulio Saraiva |
Assentamento Baixão: Possui pousada comunitária, fabricação de alimentos derivados do aipim realizados por jovens empreendedores e cultivo de alimentos agroecológicos. É o ponto de partida para o Rio Una e para Cachoeira Encantada, localizada no Parque Nacional da Chapada Diamantina.
Assentamento Europa e povoado da Colônia: Possui fábrica artesanal de rapadura orgânica, quintais com cultivo de alimentos agroecológicos e casa de Jarê, religião de matriz africana. É o ponto de partida para as cachoeiras do Roncador, Herculano e Bom Jardim, localizadas no Parque Nacional da Chapada Diamantina.
Assentamento Rosely Nunes: Assentamento rural mais antigo de Itaetê, possui uma casa de farinha comunitária e sedia a brigada de combate e prevenção a incêndios florestais do Prevfogo/IBAMA. É ponto de partida para o Poço Encantado, Poço Azul, Lapa do Bode e também para a cachoeira Invernada, localizada no Parque Natural Municipal Rota das Cachoeiras.
Como chegar:
A partir de Salvador:
O acesso mais rápido é através das rodovias BR-324 e BR-116 até Itatim, a partir da onde segue-se a rodovia BA-245 sentido Marcionílio Souza até a cidade de Itaetê, totalizando 386km. A partir de Itaetê a rodovia não está asfaltada e as distâncias para as comunidades são as seguintes: Rosely Nunes: 29km Colônia: 23km Europa: 27km Baixão: 28km
A partir da Chapada Diamantina:
Por Andaraí ou Mucugê segue-se a rodovia BA-142 até chegar a rodovia BA-245, que dá acesso à comunidade Rosely Nunes e à cidade de Itaetê. A rodovia BA-245 e a estrada de acesso às comunidades Europa, Colônia e Baixão não são asfaltadas. As distâncias a serem percorridas em estrada de terra a partir da BA-245 são as seguintes: Rosely Nunes: 8 km Colônia: 48 km Europa: 51km Baixão: 55km
Contatos
Para mais detalhes e contratação dos roteiros cada comunidade possui dois moradores locais que realizam o agendamento da visitação. Os contatos são via Whatsaspp:
Baixão: Raíza: 75 9161-7123; Cleidiane 75 9153-8291
Europa e Colônia: Cleuton: 75 9245-7069; Jôse: 75 9247-1699
Rosely Nunes: Flávio: 75 9162-1911; Nara: 75 8250-4440
Mais informações na página do facebook
Como surgiu
Primeira oficina do projeto em Itaetê. Março de 2018 Foto: Laís Correard |
O projeto foi dividido em três etapas: produção de inventário e diagnóstico do turismo local; elaboração do produto e comercialização. Todas as ações contaram com o protagonismo das comunidades.
Em 2017, o instituto disponibilizou recursos, através de edital, para as Unidades de Conservação, Centros Regionais e Centros de Pesquisa apresentarem projetos que fomentem o setor. Foram aprovados sete projetos semelhantes ao da Chapada Diamantina que irão compor um caderno de experiências de Turismo de Base Comunitária (TBC) do ICMBio.
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