terça-feira, agosto 15, 2017

ICMBio realiza curso de combate integrado a incêndios florestais

A ferramenta apresentada é largamente aplicada internacionalmente. Seu objetivo é tornar as ações mais eficientes por meio da padronização e da atuação conjunta das diversas instituições envolvidas


Os dois primeiros dias do curso foram dedicados ao conteúdo teórico do SCI.  


Ocorreu entre os dias 08, 09 e 10, em Andaraí, o primeiro curso básico de SCI (Sistema de Comando de Incidentes) para incêndios florestais. O sistema é uma ferramenta padronizada, utilizada nos EUA e países da Europa, que visa à otimização dos recursos e maior segurança nos combates por meio da atuação conjunta de diversas instituições.  

Realizada pelo ICMBio e ministrada pelo IBAMA, a capacitação faz parte das ações prioritárias do Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD) para aprimorar as estratégias de combate ao fogo.  Participaram mais de 40 pessoas, entre representantes das brigadas do ICMBio, do  Prevfogo/IBAMA e das brigadas voluntárias, além de instituições como Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, prefeituras e INEMA (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos).  
     
O curso foi composto por representantes de mais de dez instituições, entre as três esferas do poder público e a sociedade civil organizada. 


De acordo com o Coordenador de Emergências Ambientais do ICMBio, de Brasília, Christian Berlinck,  o SCI foi utilizado pelo instituto nas últimas grandes operações e o objetivo é multiplicá-lo por todo país, sendo a Chapada Diamantina a primeira unidade descentralizada a receber uma capacitação com esta finalidade.    

O SCI nasceu na década de 70 na Califórnia e, desde 2003 é a ferramenta oficial para todos os tipos de incidentes dos Estados Unidos. Foi aplicada em diversos tipos de desastres naturais e previamente em eventos de grande porte, como as olimpíadas. No Brasil, foi adotado por alguns estados e, em âmbito nacional, foi escolhido para compor o Plano Nacional Integrado do Fogo, que está sendo construído em parceria entre Ministério do Meio Ambiente (MMA), IBAMA e ICMBio.

Como funciona 

Planejamento das estratégias a serem empregadas em um estudo de caso de incêndios florestais. 



O principal objetivo do Sistema de Comando de Incidentes é a operação de uma estrutura organizacional composta por instalações, equipamentos e profissionais de diversas instituições para administrar da melhor forma os recursos disponíveis para um incidente ou evento. Para isso, existem alguns princípios, como: possuir uma terminologia comum entre as diversas instituições; ter uma comunicação integrada; produzir um plano de ação e ter um comando unificado. Além de oito funções que precisam ser colocadas em prática: o comando do incidente; operações; logística; administração e finanças; segurança; informação pública e ligação.

O comando unificado é um dos princípios de maior destaque do SCI, em especial no contexto da região do Parque Nacional, que conta com uma grande diversidade de atores nos combates. Ele é instituído com representantes das entidades envolvidas num incidente, que passam a planejar de forma conjunta as atividades e conduzir operações integradas.

A chefe do PNCD, Soraya Martins, acredita que estabelecer o comando unificado “dá legitimidade as ações, ainda mais na Chapada Diamantina, onde temos a peculiaridade de uma participação forte da sociedade civil”.  Para o brigadista voluntário há 12 anos, Leandro Santos, de Ibicoara, o sistema traz a possibilidade de melhorar alguns gargalos antigos, como as falhas na comunicação e, principalmente, a descentralização da tomada de decisão. “É uma oportunidade para darmos voz às pessoas mais experientes”.    

Uma das formas de estabelecer a integração efetiva entre Corpo de Bombeiros, brigadas e órgãos públicos, é através de protocolos que devem ser firmados por todas as partes, definindo previamente a responsabilidade de cada um.

Simulação 

Na simulação, instituições como Prevfogo/IBAMA, ICMBio, Corpo de Bombeiros, CIPPA (Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental) e brigadas, realizam combate de forma integrada.  


O último dia de curso foi dedicado à parte prática, com uma simulação de incêndio no Parque Nacional. Neste momento, foi possível testar a ferramenta em diversos níveis de complexidade. Iniciando com um foco pequeno, que contou apenas com a uma brigada voluntária, agregando depois a brigada do ICMBio, chegando até um incêndio de grande porte, quando foi necessário acionar instituições estaduais e federais, além de ampliar o arranjo organizacional, com novas instalações, seções e funções.  

“Percebemos que os participantes internalizaram a teoria do curso e o quanto o SCI é importante para a efetividade do combate, além de vermos os pontos que precisam ser melhorados”, ressalta a analista ambiental do ICMBio, Marcela de Marins.

Ao final da simulação, quando os incêndios foram debelados, foi realizada a desmobilização progressiva de toda estrutura empregada.


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