quinta-feira, novembro 19, 2015

Série de incêndios atinge região do Parque Nacional da Chapada Diamantina


Sentido horário: combate na BR-242; abastecimento de água no rio Mucugezinho, município de Lençóis;
embarque de brigadistas no Vale do Capão; incêndio na região do rio Cumbuca, município de Mucugê.
 Crédito das fotos: Edimar Carvalho, Thiago Salles, Marco Assis Borges.
Desde o dia 26 de outubro, incêndios florestais vêm acometendo o Parque Nacional da Chapada Diamantina de forma grave e cumulativa, ou seja: antes de que um deles seja extinto, outro se inicia. Esse é o pior cenário para combate a incêndios, pois a demanda para o controle do fogo se torna maior do que os recursos disponíveis. 

Apesar de ter sido uma temporada muito crítica, até o final de outubro os diversos incêndios vinham sendo combatidos e extintos pelas brigadas contratadas do ICMBio, IBAMA - PrevFogo e brigadas voluntárias existentes no Parque Nacional e entorno. 

O primeiro dos incêndios desta recente sequência aconteceu no Morro Branco do Vale do Capão, município de Palmeiras. Este é um local de acesso muito difícil, às vezes intransponível a pé, repleto de cânions e fendas rochosas profundas, com muita matéria orgânica acumulada. Por diversas vezes o fogo, que se iniciou no alto do Morro, provocou a queda de plantas em chamas que provocaram incêndios na sua base. A brigada voluntária do Vale do Capão tem lutado contra esse incêndio ininterruptamente, evitando que áreas próximas da comunidade do Capão sejam afetadas. Este incêndio persiste até o presente momento e é o que possui condições mais críticas, apesar dos esforços feitos por outras brigadas que integraram o combate e do apoio aéreo que mais recentemente se iniciou neste local. 

O incêndio de maior proporções teve início no dia 12 às margens do rio Mucugezinho, próximo à BR-242, limite norte do Parque Nacional. O incêndio avançou rapidamente para o sentido sul e com menor intensidade para o sentido norte, chegando próximo do Parque Municipal do Morro do Pai Inácio e da comunidade de Campos de São João. Apesar de ter atingido maiores proporções este não é o incêndio mais preocupante no momento, pois sua frente ativa no sentido da comunidade Barro Branco, município de Lençóis, foi combatida. No mesmo dia de início deste incêndio outro incêndio surgiu na localidade de Capão Correia, interior do Parque, sendo debelado no dia seguinte.

Posteriormente outro grande incêndio irrompeu no município de Ibicoara, fora dos limites do Parque Nacional, sendo combatido e debelado no período de 12 a 15 de novembro.

No dia 16 de novembro outro incêndio iniciou-se na região do rio Cumbuca, limite do Parque Nacional, município de Mucugê. Este incêndio avançou 06 km em dois dias e alcançou às margens deste rio, onde equipes de brigadistas contratados pelo ICMBio e pelo IBAMA travam intenso combate para evitar a entrada do incêndio no Parque Nacional. 

As atividades de combate aos incêndios na região contam com o apoio do Corpo de Bombeiros do Estado da Bahia, da brigada do Prev Fogo/IBAMA Rosely Nunes e foi reforçada ainda com a chegada de 7 brigadistas do Parque Nacional do Pau Brasil (Porto Seguro), pelas brigadas voluntárias dos municípios de Lençóis (BRAL e BVL), Palmeiras (Vale do Capão, Barra, Tejuco e Brigada Carcará), Mucugê (Barriguda), Piatã, Ibicoara (ACV-IB, Bicho do Mato e Radical Chapada), Barra da Estiva (Guerreiros) Andaraí (CIFA) e prefeituras de Palmeiras, Lençóis, Mucugê, Andaraí, Ibicoara, Fazenda Igarashi, UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana), estudantes do IFBA- Seabra (Instituto Federal da Bahia), GAP (Grupo Ambientalista de Palmeiras), além da solidariedade de diversos comerciantes e cidadãos de vários municípios da Chapada. Também encontram-se na região, dando apoio aos combates, helicópteros e aviões do IBAMA e Governo do Estado da Bahia. As aeronaves são fundamentais para o transporte dos brigadistas até as áreas de incêndio mais remotas. 

“Agradecemos o apoio que temos recebido de todos, explica o chefe interino do Parque Nacional, Cezar Gonçalves. “Neste momento o que temos pedido às pessoas que queiram ajudar que doem lanternas de cabeça para o ICMBio ou prestem apoio logístico e material para as brigadas que nos auxiliam”, acrescenta. "O combate direto aos incêndios é uma operação que envolve riscos e por isso deve ser realizada por pessoas com treinamento adequado e equipamento de proteção individual (EPI)”.

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