quinta-feira, abril 25, 2019

ICMBio divulga balanço de incêndios da última temporada

As chamas atingiram 4% do Parque Nacional da Chapada Diamantina. Apenas o incêndio da região da Chapadinha foi responsável por queimar mais de três mil hectares  

Comparativo de áreas afetadas nos últimos dois anos. 


Série histórica de incêndios. 
De fevereiro de 2018 a março de 2019, o ICMBio atuou em 30 ocorrências de incêndios florestais dentro e no entorno do Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD). Desse total, 13 foram dentro da unidade de conservação e atingiram quase seis mil hectares, o que corresponde a 4% da área do parque.   

Comparado à temporada de 2017 foi registrado um aumento, já que naquele ano apenas 0,07% do território foi atingido. Apesar disso, “os dados atuais permanecem dentro da média histórica”, afirmou o gerente do fogo do PNCD, Luiz Coslope. 

O Parque Nacional gastou R$ 252 mil em combate e prevenção e atuou em todos os combates da temporada dentro da unidade com o apoio fundamental de brigadas voluntárias em 11 ocorrências. “Os voluntários são pessoas muito comprometidas, experientes e com conhecimento da serra, o que é essencial para um combate eficiente”, destaca. 

Índice de chuvas de 2018 comparada a média histórica. 

Luiz Coslope atribui o resultado de 2018 a dois incêndios que juntos consumiram quase cinco mil hectares perimetrados por imagem de satélite. O primeiro ocorreu no Gerais do Rio Preto, região sudoeste do Vale do Capão, quando o parque estava sem a brigada contratada e foi necessário solicitar reforço de fora; “além disso, foi um incêndio que já iniciou grande, através de satélite e idas em campo foi verificado que vários pontos foram incendiados de uma só vez”.

O outro ocorreu na região da Chapadinha, no sul do parque, que sozinho atingiu 3.363 hectares. O foco começou fora da unidade e foi avistado do mirante, porém “apenas o trajeto de carro para chegar ao local leva em torno de oito horas, assim o fogo se alastrou, atingindo a zona intangível do parque que estava sem queimar há 20 anos”, o que significa muita biomassa e maior dificuldade para debelar o fogo. 

Índice de chuvas por mês em 2018  

Ações integradas   


Retirada de animais de áreas queimadas para
a recuperação da vegetação 
Além dos combates, para diminuir os incêndios florestais são necessárias uma série de ações em diversas áreas desenvolvidas ao longo do ano, como conscientização, monitoramento e investigação.

Em 2018, uma importante ação realizada foi a retirada de muares e equinos das áreas queimadas para a recuperação da vegetação. Segundo Coslope, “há indícios que alguns incêndios foram causados para a renovação de pastagem para criação desses animais”.

Também foi realiza a autuação do responsável pelo incêndio da região da Chapadinha, o maior da temporada, e contratado pela primeira vez um esquadrão de brigadistas durante 12 meses, o que possibilitou a manutenção do sistema de mirantes durante todo período crítico e a realização de rondas na serra e em áreas queimadas para verificar quem se beneficia do fogo.

Outro avanço foi a implantação, ainda parcial, do sistema de rádio que irá atender toda Chapada Diamantina. Neste momento, já estão funcionando três repetidoras que cobrem as regiões sul, centro e oeste do parque.

Para 2019, além dessas ações, a gestão do PNCD irá reforçar as medidas preventivas através da realização de aceiros negros - técnica que consiste em retirar uma faixa da vegetação em áreas estratégicas, por meio de queima controlada, para impedir a propagação das chamas.

2 comentários:

  1. Bom dia, gostaria de saber o que o parque deixou de fazer na temporada 18/19 que não conseguiu repetir os "resultados históricos" de 2017 onde tal resultado foi creditado as ações únicas e exclusivas do parque? Onde podemos encontrar os detalhes dos gastos mencionados acima? Onde podemos encontrar maiores informações sobre as multas aplicadas nos proprietários de animais apreendidos, quanto foi arrecadado onde foi gasto? desde já agradeço a atenção.

    ResponderExcluir
  2. Boa tarde. Na temporada de 2018/2019 o tempo de resposta para os incêndios do Morro do Miguel e Chapadinha foi grande, o que fez com que eles adquirissem maiores proporções. No primeiro caso o incêndio ocorreu numa época em que o Parque estava sem brigada de incêndios e o segundo ocorreu numa área remota, de difícil acesso. Os gastos do Parque Nacional foram apresentados e aprovados na 66a reunião do seu Conselho Consultivo, que ocorreu no dia 22 de fevereiro em Palmeiras. Do total gasto com incêndios R$ 89.456 foram gastos com alimentação, R$ 132.646 foram gastos com EPIs e equipamentos e R$ 29.952 com os dois cursos de brigadistas. Os processos relativos aos autos de infração tem uma via administrativa no ICMBio e também são encaminhados para o Ministério Público Federal, que avalia a pertinência de abertura de processo criminal. Para obter acesso aos processos administrativos é necessário encaminhar ofício ao ICMBio informando qual processo se deseja acessar com a respectiva justificativa. As multas arrecadadas não são administrados pelo ICMBio, entram no caixa geral da União.

    ResponderExcluir

Prezado leitor, os seus comentários são muito importantes para nós, por isso, desde já agradecemos imensamente a sua participação. Ressaltamos, apenas, que não autorizamos mensagens com conteúdos comerciais, ofensivos e de autores anônimos. Atenciosamente, gestão do PNCD.