quarta-feira, maio 30, 2012

PNCD é o líder em solicitação de pesquisa pelo SISBio, em 2012


Entre os meses de janeiro a abril, o Parque Nacional Chapada Diamantina, recebeu o maior numero de solicitação de pesquisa pelo SISBio.
O SISBio é um sistema de atendimento à distância que permite a pesquisadores solicitarem autorizações para coleta de material biológico e para a realização de pesquisa em unidades de conservação federais e cavernas. Estão apto a solicitar pesquisa, pelo SISBio, no PNCD, o pesquisador definido como profissional graduado ou de notório saber, que desenvolva atividades de ensino ou pesquisa. As pesquisas realizadas por esse sistema não podem ser utilizadas para fins comerciais, industriais, esportivos ou para realização de atividades inerentes ao processo de licenciamento ambiental de empreendimentos.
O objeto e metodologia de pesquisas é de escolha do pesquisador, sem qualquer intervenção do ICMBio, podem estar de acordo ou não com as prioridades apontadas pelo Plano de Manejo do Parque. Através do SISbio, o Parque tem o controle sobre quem e o que está sendo pesquisado.
Além das pesquisas do SISBio, o PNCD também realiza pesquisas próprias que são direcionadas pelas necessidades indicadas pelo Plano de Manejo, por exemplo, as relacionadas aos incêndios florestais - Histórico dos incêndios na vegetação do Parque Nacional da ChapadaDiamantina, entre 1973 e abril de 2010, com base em imagens Landsat; Recorrência dos incêndios e fitossociologia da vegetação em áreas com diferentes regimes de queima no Parque Nacional da Chapada Diamantina.
A Flora e a Fauna da região, atualmente, são pouco conhecidas, havendo diversas espécies e relações entre elas sem estudos científicos. Ser líder em solicitação de pesquisa, pelo SISBio, aponta a uma perspectiva positiva para o aumento do conhecimento cientifico futuro da Fauna e Flora do Parque. 



 

segunda-feira, maio 28, 2012

PNCD indeniza propriedade nos “Três irmãos”, em Lençóis.

Fazenda Bom Sossego, localizada no município de Lençóis, é segunda propriedade indenizada pelo Parque Nacional Chapada Diamantina.
A propriedade ocupa a face oeste da Serra da Chapadinha, que também é conhecida como “primeiro irmão” do conjunto de serras que inclui a Serra dos Cristais e Morrão (em Lençóis - BA). A área total desapropriada é de 145 hectares, pertencia a Senhora Carmem Teixeira de Sá, e está localizada no interior do Parque
Nesse ano já foi indenizada outra propriedade que incluiu a área da Cachoeira da Fumaça e há perspectiva de indenização de uma terceira área, em Mucugê, cuja escritura deve ser assinada no mês Junho.
As aquisições de terra fazem parte de um conjunto de ações voltadas à efetivação das condições fundiárias necessárias à realização de objetivos básicos e específicos dessa Unidade de Conservação.

"Três irmãos", a propriedade idenizada localiza-se ao pé do primeiro morro

terça-feira, maio 22, 2012

Reunião do Conselho Consultivo em Itaetê, dia 25/05, Sexta-Feira.

Conselho Consultivo do Parque Nacional Chapada Diamantina realizará sua 40ª reunião ordinária na cidade de Itaetê no próximo dia 25 de maio.
O Conselho Consultivo do PNCD é um grande fórum de participação da sociedade, onde se fomenta conhecimento específico do Parque. Desde sua criação, há mais de 10 anos, ocorrem no mínimo quatro reuniões por ano – apesar de ser muito comum reuniões extraordinárias, em 2011, foram sete reuniões do Conselho Consultivo.
Durante a reunião desta semana, pretende-se a construção de um Mapa Falado junto aos conselheiros do PNCD, no qual deseja-se que apotem as principais pressões existentes sobre o patrimônio natural do Parque e seu entorno. Este Mapa Falado é um dos produtos previstos pelo planejamento estratégico do PNCD.
Essa será a segunda reunião do ano, a primeira ocorreu em Campos de São João, município de Palmeiras. A reunião do Conselho Consultivo é aberta a comunidade e conta com a participação de todos.

segunda-feira, maio 14, 2012

Povoamento do Vale do Pati – a Água e a Seca


"Morro do Castelo, Vale do Pati"



  O início do povoamento do Vale do Pati remota a mais de um século atrás. Os primeiros moradores se fixaram na localidade quando a Chapada da Diamantina atravessou uma grande seca, no final do século XIX. Na região já residiram cerca de 2.000 habitantes, mas hoje há apenas treze famílias.
A região é muito rica em recursos hídricos, nela estão importantes nascentes, córregos e rios que formam o Rio Paraguaçu – um dos principais rios responsável pelo abastecimento de água da capital baiana. São os grandiosos chapadões (que impressionam os visitantes) os principais responsáveis por essa riqueza hídrica: os Morros fazem com que as massas de ar ganhem altitudes, que ocasionaram a queda de sua temperatura e por conseguintemente o condensamento do vapor – chuva. 
A região também apresenta um rico, diverso e desconhecido (cientificamente) ecossistema. Além de ser um dos maiores atrativos paisagístico do Parque Nacional Chapada Diamantina.

A seca na Chapada Diamantina e a certeza d’água no úmido Vale do Pati atraíram os primeiros moradores da região.

Apesar do Vale do Pati ser um oasis no meio do sertão, a atual seca que atinge o interior da Bahia, já preocupa os moradores – não chove forte no Vale do pati desde Dezembro de 2011. Por conseguinte, essa seca de 2012 tornou-se conversa freqüente, durante os intervalos das reuniões do Termo de Compromisso, realizados na ultima semana do mês de Abril.
Não há falta d’água no Vale do Pati (nem para plantações, animais e turistas), mas as nascentes e córregos estão com o nível bem abaixo da normalidade. O preocupante é que os rios que fornecem  água à diversos municípios nascem no vale.
O povoamento do Vale do Pati está estritamente relacionado com a seca - pois a umidade, a certeza de água, dava garantia de colheita aos produtores. Em entrevista, Wilson Rodrigues Oliveira, “Seu Wilson”, 62 anos, um dos moradores mais antigos do Vale, recordou que  “as primeiras famílias que chegaram (ao Vale do Pati) escapavam da escassez de alimento provocada pela seca de 1899, procurando uma região úmida, os sertanejos, adentraram ao Vale do Pati e nele principiaram suas plantações”. Após essa fase inicial de povoamento, o Vale do Pati, foi durante décadas um grande fornecedor de gêneros alimentícios para as comunidades garimpeiras vizinhas. O vale fornecia: banana, cana, café, laranja, lima, jaca, feijão, milho, batatinha, abobora, entre outros. Além das plantações, em cima do Morro do Castelo, também existia pecuária extensiva de cabra – tanto que entre os moradores tradicionais esse morro é apelidado de Morro das Cabras. 
Atualmente o povoamento da região é baixo, treze famílias, mas as diversas ruínas e trilhas de pedras; assim como a antiga sede da subprefeitura e escolas que lá estão, são registros históricos de uma época em que na comunidade do Vale do Pati já chegou a residir cerca de 2.000 habitantes, período que no Vale existiam grande lavouras de café - os primeiros registros de propriedade de terra no Vale do Pati datam do final do século XIX.
O contingente populacional começou a diminuir a partir da década de 50, do século passado - igualmente a outras tantas zonas rurais do interior do país, quando as populações do interior migraram (em massa) para as grandes cidades. Além das “novas oportunidades” das grandes metrópoles que atraíram as populações rurais, na década de 60, em todo território nacional, o governo adotou uma política de erradicação dos cafezais. Atraídos pela economia urbana e repelidos pela política nacional de erradicação do café, que nesse período era a principal atividade econômica do Vale do Pati, a região ficou a cada vez mais despovoada. Quando em 1985, José Sarney, então Presidente da Republica decreta a criação do Parque Nacional Chapada Diamantina, o contingente populacional já estava reduzido, mas esvaziou ainda mais com a criação do Parque, devido as novas restrições. 

Ciclos da Seca: Conhecimentos científicos e saberes tradicionais

Estudos sobre a estiagem no Nordeste, realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apontam que as Secas da região são cíclicas e ocorrem em um intervalo médio de 30 a 30 anos. A última seca rigorosa como essa de 2012 ocorreu em 1982. Esse conhecimento científico, resultado de dados históricos e metereológicos, sobre os ciclos da seca coincidem com o saber local, de “Seu Wilson” transmitido de geração em geração pela oralidade.
O Povoamento do Pati iniciou, segundo o morador, foi no ano de 1899, quando a família Gasparino (avós de “João da igrejinha”), chegou a região escapando da rigorosa seca que atingia a região. Outra seca marcante foi 1932, da qual os antepassados de seu Wilson, comentaram bastante. Sem saber precisar exatamente a data, mas entre a década de 50 à 60, a região foi atingida por outra seca. A seca de 1982 foi bastante documentada pelas grandes veículos de comunicação, que a apontaram como a mais rigorosa de todos os tempos. Trinta anos após 82, em 2012, o interior do Nordeste enfrenta outra rigorosa seca.
Até o momento o principal impacto causado pela seca no Parque Nacional Chapada Diamantina são os incêndios florestais. Este ano de 2012, o parque já combateu complicados incêndios florestas - no final de Março, o PNCD chegou a combater seis focos de incêndio, simultâneos.

segunda-feira, maio 07, 2012

Reunião sobre o Termo de Compromisso entre o PNCD e os moradores do Vale do Pati

Reunião, "Pati de Cima"




A gestão do Parque Nacional Chapada Diamantina se reuniu com os moradores do Vale do Pati nos dias 25 e 26 de Abril de 2012 para discussão de detalhes do Termo de Compromisso.
As reuniões no Vale do Pati, entre os moradores tradicionais e a gestão do PNCD, mediadas por Tiago Bucci (antropólogo), foram participativas e esclarecedoras. Foram realizadas duas reuniões, no “Pati de cima”, primeiro dia, e “Pati de baixo”, segundo dia.
Quando em 1985 foi decretada a criação do PNCD e delimitado seus limites territoriais, já haviam moradores tradicionais no Vale que passaram, então, a residir dentro do Parque. A partir desse momento, o convívio entre a gestão do Parque e os moradores foi conflituosa, pois os interesses de preservação (PNCD) e socioeconômicos (moradores) não convergiam. A elaboração do Termo de Compromisso com os moradores do Vale do Pati busca modificar essa relação de conflito para uma relação de parceria.  
Anteriormente a essas duas reuniões, o antropólogo, Tiago Bucci, esteve muitas vezes no Vale do Pati dialogando com as famílias tradicionais buscando o equilíbrio entre os interesses dos moradores tradicionais e o do Parque Nacional Chapada Diamantina, para que as novas regras sejam adequadas e possíveis para ambos.
Para avaliar o impacto das atividades exercidas pelos moradores sobre o ecossistema local, foi aprovado para a execução em 2012, o projeto Levantamentos fitossociológicos, etnobotânicos e de demografia vegetal como subsídios para elaboração de termo de compromisso com o Vale do Pati, PNCD, que já está em andamento desde Abril.
O Termo de Compromisso está em acordo com a legislação pertinente (decreto 4340/02 que regulamenta a Lei 9.985 - SNUC, 2000), e com os Objetivos Específicos do Plano de Manejo, que visa garantir que o Parque seja visto e entendido como um símbolo harmonizador das relações entre os seres humanos e natureza, contribuindo, também, nas questões ambientais globais.



Reunião, "Pati de Baixo"